terça-feira, fevereiro 28, 2006

Ameaças Teocráticas

«Depois de ter vencido o fascismo, o nazismo, o estalinismo, o mundo enfrenta uma nova ameaça global de tipo totalitário; o islamismo. Nós, escritores, jornalistas, intelectuais, apelamos para a resistência ao totalitarismo religioso e para a promoção da liberdade, da igualdade de oportunidades e da laicidade para todos», afirma-se no manifesto.
«Não se trata de um choque de civilizações ou de um antagonismo Ocidente-Oriente, mas de uma luta global que opõe os democratas aos teocratas», acrescentam.
É assim tão difícil de entender...
Diário Digital

Bonjour Tristesse

Uma posta de Carnaval para o Gonçalo:

"Se se quer construir um espaço aberto, então esse espaço tem de ser muito radical na sua estruturação, porque senão nem sequer será uma base de estímulo para a intervenção seja de quem for."

Ávaro Siza, Arquitectura Portuguesa, 5ª Série, N.º 11, 1987

Vou lendo por aí, que "não é possível" a crítica (de arquitectura), já não apenas nos blogues, mas onde quer que seja, que o meio (arquitectónico) é "escorregadio"... Apetece-me citar, e escrever como o outro, "não é possível adiar a crítica para outro século"!
Na última posta do Gonçalo, abordam-se, a propósito das relações entre os arquitectos e "outros" artistas, tantos "temas" que (me) é difícil saber o que dizer, embora tenha a certeza de que o quero dizer.
Não sabia que as residências "azuis" eram "suas". Reparei nelas (ficam à beira da estrada) numas das últimas visitas ou passagens por Coimbra, já nem sei a que despropósito. (Ah!, já sei, motivos particulares). Não gostei nada. Pensei: mas que raio...! que desagradável que deve de ser estar para ali em cima pendurado naqueles brutalistas paralelepípedos azuis tão violentos para uma paisagem (ainda) semi-rural. E tenho ideia (embora não "ateime") que também vi, e com desconforto senti, a proximidade do cemitério.
Pelas fotos mantenho a mesma ideia, embora vá enriquecendo a leitura que faço do(s) edifício(s)com as memórias da "La Tourette" do Corbu e da "Gallaratese" do Rossi, para as quais creio que remete.
De qualquer modo o "ponto" da posta é outro. Sobre as relações de que já falei, entre "os" artistas. A "intervenção plástica" POP, nas residências Azuis parece-me (provocadoramente) muito bem conseguida, mas o mesmo não penso dos "grafitis" nas residências Laranjas, que já conhecia das fotografias do "últimas reportagens", também publicadas pela "Anuário # 08".
O novo "grafiti" anónimo, embora um pouco demente (seria curioso saber o que têm de "ingénuo" ou de "engenho"...) perturba e... agrada. Mas não sei até que ponto deverá (o pai da criança) envolver-se na sua "preservação", (adopção?). O seu valor, se lhe atribuímos algum, não será em primeiro lugar, a própria acção do acto subversivo de... vandalismo!
(Nunca cheguei a perceber completamente a história do Bonjour Tristesse, no edifício do Siza em Berlim, mas aquilo têm que ter mãozinha... Na civilizada Alemanha, por certo que o edifício já foi pintado, mais do que uma vez...)
Se alguém lá quiser enviar uma "brigada" anti-grafiti, ou uns pintores "armados" com rolos do AKI, paciência, pode ser que o venha a seguir seja ainda melhor.
Eu que não sou "arquitecto- pai-galinha" aprendi, a manter uma "certa" e digamos - "generosa" - distância às obras.
Manter o "domínio" (a propriedade?), sobre as mesmas, para além do que saudavelmente diz respeito à defesa do que foi projectado e construído, poderá, precisamente nas obras que reclamam essa "abertura" (de que Siza fala na epígrafe), alimentar alguns equívocos sobre o "estímulo para a intervenção" (que é também estímulo à participação dos cidadãos em "projectos democráticos").
Sobre a Centraal Beheer, do Herman Hertzberger, escreveu (em "Essays in Architectural Criticism, Modern Architecture and Historical Changes") Alan Colquhoun: "The gray and large-pored surfaces of the building demand, and get, a good deal of large, and brightly colored bric-a-brac and indoor plants - although the extent to which these are the spontaneous acts of the employees or gifts from a sensitive and tasteful management is not altogether clear".
A questão é: será que queremos transformar "actos espontâneos" em "oferendas de uma administração sensível e com bom gosto", mesmo quando esse "bom gosto" da "aposição" seja "consagrado" pelo arquitecto?

A.C.A.M.

Magnifico Site, com muito e muito e muito para investigar nos próximos dias/semanas...

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

A Naifa

"... Amália fugiu bastas vezes ao fado e o fado têm mais filhos ilegítimos que Júlio Iglésias. Diga-se, já agora, que na certidão de nascimento do senhor (fado, não o espanhol bronzeado) não consta o nome dos pais - é um bastardo, coisa feita na rua, à socapa, africanamente, o que chateia o bastião xenófobo e purista brasonado da treta . Também é castiça a ideia de que é coisa de gente castiça - ouve de tudo a escrever para fado: intelectuais, bêbados, misantropos e até imagine-se anónimos".
Crítica de João Bonifácio para "Três Minutos Antes da Maré Encher" de "A Naifa", publicada na Y do Público da passada sexta-feira.
A inveja que eu (arquitecto) tenho, da liberdade desta "escrítica"... A entrevista termina assim:
"Canções para quem se masturba a olhar para uma Virgem Maria fluorescente?
JA (João Aguardela): É isso
.
Concerto de apresentação, também no dia 2 de março, às 22h no Teatro da Trindade em Lisboa.

Dissecação Exaustiva

A "actual" do Expresso, agenda para o dia 2, às 21h, na Ordem dos Arquitectos, "A 'Dissecação exaustiva' do projecto arquitectónico (...) do Edifício da Brisa, em Carcavelos", numa "conferência com os autores (Carrilho da Graça, Flávio Barbini e Maria João Silva)
Eu, ainda assim, longe, não vou; mas bem que gostava de ir...
Nenhum dos meus eventuais leitores, e/ou colegas blogers da Capital, quererá passar por lá? Que tal uma exaustiva reportagem-crítica, uma "posta-dissecação"? Quem sabe umas fotografias?
Respostas na volta do correio...

Parabenizar

Estes gajos do blogues (blagues) que passam a vida a "parabenizar-se" (parabolizar-se) uns aos outros, devem ter um caderninho (cadelinha) vermelho ao lado do computador para não se esquecerem das efemeridades...
Não há pachora! :)

Excluído # 2 (Lutyens)

Excluído # 1


















"Domingo em casa a pesquisar o Plecnik na Net.
É um arquitecto que penso, conheces. Barroco, excessivo, clássico, maneirista, surrealista, enfim... talentoso e (dos poucos) inclassificável. Teve algum “sucesso crítico” no final dos oitenta, principio dos noventa (e recordo o Toussaint a compara-lo - não sei se bem - com o nosso Raul Lino...), com a vulgarização da moda pós-modernista, mas voltou (infelizmente) a desaparecer. Procuro-o em Frampton, ou na história “classica” (revisionista) do David Watkin, mas nem assim. Desconfio que assim será com o Venturi, se não o for já... uma nota de rodapé para a estrela mais brilhante da arquitectura na segunda metade do século XX e em relação à qual todos os outros planetas deveriam rodar!"
Recuperado de uma carta de Junho de 2005, com uma fotografia "atachada", que é uma pequena provocação :) só para averiguar do "teu" grau de concentração...

O Bom, O Original e O Autêntico

O Venturi diz, e eu concordo, que é melhor ser "bom" que "original", de resto e se o "Guilherme" só falasse "com palavras que ninguém mais empregasse", bem... ninguém mais o compreendia, o que já não era assim tão original, até porque incompreensões é o que há mais por aí :)
As pessoas que procuram ser "reconhecidas", pessoalmente, ou artisticamente, como "originais", estão condenadas a integrar um código, que permita a descodificação da sua "originalidade", de outro modo serão apenas "excêntricos" ou "excluídos" da história...
O mais importante é ser "autêntico", o que já não é (será) nada fácil... digo eu!

domingo, fevereiro 26, 2006

Serge Chermayeff









Preparem um bom par de horas e leiam esta entrevista por Betty J. Blum. É absolutamente magnifica. É como um romance... como o Ravelstein do Saul Bellow. Sim é assim tão bom!

sábado, fevereiro 25, 2006

Luigi Moretti


















Estava capaz de fazer uma maldade, e deixar esta posta (abruptamente) anónima. Vêm a despropósito do Link mental, provocado pela escada lá de baixo do Mendelsohn e do Chermayeff. Não encontro (nas pesquisas) a(s) foto(s) que eu queria mostrar, as que eu queria estão no livro... mas esta não está mesmo nada mal. Qualquer sugestão para escadas "em caracol" na chamada "arquitectura moderna" (ou outra qualquer) será bem vinda. É para isso que este blog têm caixa de comentários...

Paul Marcinkus, O Banqueiro de Deus












In Memoriam, por José Cutileiro, no Expresso (sem Link), que ainda dizem, não vale a pena ler...

Fantasporto (Fime de Terror Português)

Isto está cada vez melhor (pior). "A Oficina de S. José é uma IPSS dirigida por um padre com 80 anos, nomeado pelo bispo do Porto". O sr. padre Alberto Tavares, têm comportamentos maníaco-depressivos, "chega a bater nos alunos" e "especula na bolsa". "Há dois anos, sem consultar a direcção, decidiu vender com prejuízo o lote de acções da EDP. O tesoureiro aproveitou o pretexto para escrever ao bispo D. Armindo, que preside ao Conselho de Administração, a denunciar algumas atitudes de que discordava. Além de nunca obter resposta, foi um dos elementos que não figurou na direcção seguinte". Não adianta José Gil afirmar que "a partir dos oito anos, uma criança sabe distinguir o bem do mal", ou que "não temos uma cultura de responsabilização, mas de culpabilização", o que imagino, não terá nada a ver com a padralhada, porque uma professora já avisou que "muitos jovens", "não têm percepção da diferença entre o real e a ficção". A culpa é do "Wrestling" e do "Vale Tudo" (o que será?) na Televisão!, que sempre têm as costas largas e que como até já dizia o outro (e esqueçam por um momento o ópio do povo) é a "droga da nação".
Citações diversas "Expresso", 25 de Fevereiro

Agência Imobiliária (Sold)

Uma "agência imobiliária" como deve de ser. Que inveja dos "bifes". Para ofertas superiores a 750.000 Libras. Sold.

De La Warr












Ainda no mesmo jornal (e novamente na tribuna...) carta do leitor Fernando Jorge do Grupo de Trabalho "Cidadãos pelo Capitólio", sobre a inclusão do Capitólio na lista dos monumentos ameaçados, da World Monuments Watch, por onde já passeara, em tempos "pré-blogger", e com chamadas de atenção para o mérito da acção do WMF no Pavilhão de Barcelona do Mies e no De La Warr Pavilion, que talvez, por nunca ter sido grande "aficionado" do Mendelsohn, e apesar de referenciado na "History of Western Architecture" do David Watkin, desconhecia. Mais (e muito mais que) imagens aqui.

Poço da Morte


















... ou como canta o Sérgio Godinho, "antes o poço da morte que tal sorte"...

E o raio desta habilidade para a beleza, para o "olho" estético, por parte da nossa espécie, que é uma coisa das coisas que me fascina, e que eu não quero compreender...
A foto é de Nelson Garrido, do Público de ontem.
"Feridas Urbanas". Feridas Humanas.

M.I.T.(o)

O carnaval da operação de propaganda para o seu fim-de-semana!

O Buraco

O (não) resultado do Só-Ares, a O-pá: Hostíl!, o assassínio de um "sem-abrigo" por "jovens" à "guarda" do Estado... Já se "fala" no fim-do-socialismo, o fim do (de um certo) 25 de Abril. Portugal Maior? É um buraco!

Lei da Alegria

Alegria, funcionária pública, com data e hora marcada, não.
A alegria será imprevista, ou não será!

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Júlio Pomar "Ver para Descrer"

Acabou o documentário sobre Júlio Pomar, na 2. É recente, de 2005, e têm música do No Wave, dos Micro Audio Waves. Não foi mau. Eu gosto do Pomar, da(s) Obra(s) do Pomar mas por vezes, há um tal excesso de talento para o desenho, e em particular para o retrato, que me afasta do seu trabalho, que faz com que, por melhor que este possa ser, nunca seja suficientemente bom, nunca seja suficiente... esforçado. Socorro-me do exemplo das Mademoiselles d Avignon do Picasso, onde (segundo o documentário da BBC...) outro talentoso desenhador, "escapou" ao talento.
(Excesso de talento, ora aí está um problema que não me atormenta...)

Van Morrison (Common One)


















And when your heart is open
You will change just like a flower slowly openin'

Enquanto o José Ataca com Neil Young... Posto (provo?) o Van Morrison, colheita de 1980! É um dos (seus) melhores, o que por outras palavras, quer dizer que é um dos meus favoritos. Dizem que é o seu álbum "menos acessível", mas não acreditem. Não se deixem assustar por músicas com mais de 15 minutos... porque quando acabarem, vão ficar a chorar (bem é a "rezar", porque por essa altura já estarão convertidos...) por mais. Nessa altura irão desejar um cartão de crédito mais generoso... a BBC dá-lhe 3 (em cinco) estrelas, e na amazon não ocupa mais do que a 30 (trigésima) posição (entre os registos do Sr.), e apenas aparece numa das três listas dos melhores de... mas o que é que esta gente percebe do assunto!

E.N. # 1

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Charles Correa

Nuh'un Koolhaas














Nuh'un Koolhaas

Ora estava eu muito sossegadinho a pesquisar imagens para Charles Correa (e o raio do livro que nunca veio...) para confirmar a proveniência de uma imagem que recordava (e bem) ter visto no (novo Link) quase em português, quando deparo com isto...
Tradução?

Yu Dongyue

"As autoridades chinesas libertaram o dissidente Yu Dongyue, após 17 anos na prisão por lançar tinta ao retrato de Mao Zedong na praça de Tiananmen, durante os protestos na praça em 1989".

Diário Digital, via O Insurgente

10 Mandamentos

Décima (péssima) Lei

"A blogosfera tem em comum com os vampiros não se conseguir vir ao espelho"
JPP

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Uffizi



















Arquitectura cinzenta, estatuária ao ar livre... é um sonho ou será que cheguei a Florença à galeria do ofícios?
A fotografia lá de cima foi tirada, sentado, dentro do carro, apenas porque sou um grande tarado, e tenho um fetiche por uma fotografia do Mies, sentado (invalido?), dentro de um automóvel, a olhar para a (sua) Galeria National. Na fotografia do meio, permitam-me que oriente a vossa atenção para a assimetria da composição e, em particular, para o balanço do telhado, que eu bem me esforço por copiar. A última fotografia não é inspiração... é transpiração. Aguenta... Respira!
São da manhã de ontêm, de antes das outras, que deram uma rica (e verdadeira) história.

A Arquitectura no Divã (Freud & Ana)

(...)

Miss Psicanálise
Que perfeita que és
E tão pequenina
Com umbigo e tudo
E até unhas dos pés
Que saúde que tens!
(Como eu a invejo)...
Que perfeita que és da cabeça aos pés!

Freud & Ana, Os Homens Não Se Querem Bonitos, GNR (Rui Reininho)

"Origem Iniciática"


















À consideração do Luís que "ameaça" com posta(s) sobre a "origem iniciática" da arquitectura.
Eu acho que isto de um fulano trepar por uma escada mal amanhada, para se enfiar num "buraco natural" (ou escavado) na "rocha-mãe", não escapava ao velho Sigmund... mas enfim... que as fotos são bonitas, e os Srs. das mesmas, não é lá por estarem a "orar", que deixam de merecer o meu (mais sincero) respeito (e perversa admiração)...
... até porque tenho a certeza que não estão a ler a encíclia da infalível ratazana-mor do vaticano... mas isso (pode ser) que fique para outra posta, sobre outros sexos, que quando a sotaina se alevanta, um homem fica cheio de fé! É (será) da nossa condição?

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Loudon

... quase em directo no Conan. É o pai do Rufus, e cantou uma música "nanny" em que (a -dita - nanny) fala na escolha do nome para o filho, como de um bom nome... para um cão :)
Recomendações?

Obvious

Arquitectura e muito mais, obvious...

História de um Rico Homem Pobre *

Eu nem sei como contar isto... eu não sei como (nem se devia...) mostrar isto!
Parei à beira da estrada, para tirar uma fotografia de uma construção que sobreviveu à abertura de uma nova rua, uma "variante" (mailasuas duas rotundas) e que por essa razão, passou a estar "visível".
Pedi autorização, para a fotografia, a um senhor que trabalhava na horta, e que, soube depois, era o dono. "Feliz" com à minha curiosidade, convidou-me, com uma amabilidade que infelizmente já não é deste mundo, a dar a volta pelo caminho em terra, para entrar e visitar a parte da frente "que - insistia - é onde está o mais bonito... os toureiros e os palhaços". Não resisti.
Não é, não me pareceu que fosse, pelo que vi, e pelo que me contou o Sr. JC, o "proprietário", mas como esta palavra soa despropositada... a sua habitação "permanente".
Mais que um apoio agrícola... um refúgio ou um santuário, para sua (e dos seus amigos) utilidade e prazer.
Explicou-me como recolhe os cartazes dos circos abandonados pela vila para forrar as paredes, mostrou-me as perucas de palhaço que tirou de uma mala ao pé-da-porta, com que "actua" no espaço do lado, e para o qual construiu uma porta de saída de emergência... pediu desculpa, por apenas me oferecer um copo de vinho, que, com amabilidade, não provei.
E para além de saber trabalhar a terra, constrói, também com as suas mãos, aviões, de...
- Esferovite ?
- "Não, aquela coisa das paredes".
- Ah!, sim.





































* "História de um Pobre Homem Rico", Adolf Loos

Bons Ventos

Novo Link, com Bons Ventos, do André. A pouco e pouco vamo-nos conhecendo...

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Debra Damo (Suzuki)














Ao contrário das igrejas de Lalibela, que já entraram nas rotas do turismo (cada vez menos) alternativo e exótico, "descubro", com o "A volta ao mundo em 80 tesouros" da BBC, as "inacessíveis" igrejas de Debra Damo, das quais, mesmo depois de bem pesquisado (e mal bebido - mas a que despropositado linguarejo vem este travo à escrita...), não consegui obter mais do que as duas fotos que reproduzo. Acompanha com igreja às riscas e fiéis com a noção da decência... estética e espiritual.

USG (Episódio 2 - Corta a Orelha)














Eu tinha ameaçado... com "os" acertos...
Acho que fica assim, com mais ou menos cor, no "fundo" e na "figura". Por enquanto, e se me deixarem, fica verde.
- É o triunfo!
- Corta a orelha!
*** ... não era isso que eu queria dizer. E agora como é que eu volto para casa...

Tribuna "Desproporcionicia"

"Litoral alentejano sem medo do futuro"
Tribuna do Leitor, Público Local, 17 de Fevereiro

"Futuro, sem medo do litoral alentejano"
Tribuna "desproporcionicia", 20 de Fevereiro

Liberdade de Anónimato











Acompanha a (minha) factura da PT (rede de cobre, ou lá o que é... o que um gajo nem com OPA's - não - aprende) e digam lá que não vêm a despropósito...
Dedicado aos anónimos, que criticam o anónimato... dos outros!
Solidariedade com a GLQL

domingo, fevereiro 19, 2006

Peter Walker

Mais informações sobre o Projecto Saitama Sky Forest Plaza, em PWPLA

Licenciosidade # 2 (here, there and everywhere)

Pedro Abrunhosa: Eu, estou aqui!
António Variações: Estou Além

Licenciosidade # 1

... enquanto isso no altar do mundo... a nação assiste ao re-enterro (ou será ao bi-enterro) da irmã... Brother Lucy/Sister Ray

Tudo Bons Rapazes

"O desvio orçamental apurado pela Inspecção-Geral de Finanças na Metro Porto é de 140% e há mais de 930 milhões de euros sem financiamento garantido. Apesar disso, nos últimos quatros anos, os membros da comissão executiva presidida por Manuel de Oliveira Marques recebeu 650 mil euros em prémios de gestão, um valor que ultrapassa em muito o que é regra nas empresas públicas."
João Garcia, Expresso, 18 de Fevereiro, 2006

Não deixa de ser significativo que na mesma página do Expresso, em que Henrique Monteiro considera o encerramento das "escolas primárias" com menos de 10 alunos - "golpes fatais na configuração do país e em comunidades que ainda preservam boa parte do nosso código genético e cultural" - como "medidas (...) necessárias do ponto de vista da contenção dos custos e da racionalização das despesas", se publique "apenas mais um escândalo" sobre as "remunerações" dos "gestores" do Metro do Porto, que apesar do "desastre financeiro" e sucessivas "derrapagens" no tempo e nos custos, foram agraciados com prémios de gestão de "cerca de 650 mil euros", que segundo a Inspecção-Geral de Finanças "não se encontram enquadrados num conjunto de objectivos previamente definidos, excedendo em muito o que seria razoável".
"Os salários de 140 mil e de 110 mil euros brutos de Oliveira Marques e dos dois vogais da CE, além dos 50 mil euros anuais brutos dos membros do Conselho de Administração (integrado pelos autarcas Valentim Loureiro, Narciso Miranda, Rui Rio, Mário Almeida e pelos três administradores-executivos) da Metro Porto são também considerados "excessivos" pela IGF. Estes valores foram fixados em 2000 pelo então ministro das Obras Públicas, Jorge Coelho." (Luís Rosa)
De facto, e de tão habituados que estamos, já nem o direito à indignação, reclama-mos.
São este "rapazes" que qualquer dia irão defender a "avaliação por mérito", "positivamente discriminada" e "por objectivos", da função pública...

sábado, fevereiro 18, 2006

Boas Maneiras?

Apesar de nenhum jornal Inglês ter publicado as "caricaturas", a "rua" árabe, manifestou-se pela terceira vez, nas ruas da Cidade de Londres, vítima de um atentado terrorista de um grupo de piedosos crentes... no dia 7 de Julho de 2005... há menos de um ano... se é que relembrar estas coisas não é considerado um insensato e "desequilibrado" (nas palavras - "diplomáticas" - de Ana Gomes) acto de islamofobia.
Na televisão, numa faixa, lia-se: "didn't they teach manners in Denmark"?
Não ensinam, boas maneiras na Dinamarca !?

Groundswell (paisagens contemporâneas)

Groundswell: A construção de paisagens contemporâneas... com espaços públicos... tradicionais!
Para os "cansados" (e com falta de tempo...) recomendo, os seis projestos/obras acessíveis a partir do "Keyaky Plaza", em Saitama, Japão.







"A user-friendly urban space that points the way to the future.
A city waftingwith natural fragrances."

William Eggleston













... enquanto isso, na Única, do mesmo jornal, o mesmo autor (JC) ataca com William Eggleston, da Colecção do Bes art, que fiquei a conhecer da Exposição de Serralves, que coincidiu com a exposição Visões e Utopias, Desenhos (de arquitectura) do MoMa, também em Serralves...
Chamam-lhe "o pai da fotografia a cores", mas mal sabia "que é dado a vestir fardas nazis e a atender à porta de espingarda na mão."













... e mais duas fotos da Exposição de Serralves, agora digitalizadas, para vosso prazer.


Spencer Tunick


















Em destaque no Actual do Expresso, em artigo de Jorge Calado, que termina assim:
"Quem sabe faz; quem não sabe desfaz."
?

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

USG


















É a minha proposta para o logótipo da Universidade Sénior de Grândola, pedido (e projectado) "entre" ontem e hoje. Está "aprovado", por quem fez o pedido. A ver vamos. Faltam "os" acertos.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Rufus

Violins

Maxim Moston
Antoine Silverman
Joan Wasser
Julianne Klopotic
Vivienne Kím
Fiona Murray
Cenovia Cummins
Cristopher Cardona

Violas

Daníelle Farina
Alison Gordon
Eric Hammelman
Kathryn Lockwood

Cellos

Anja Wood
Jane Scarpantoni
Julia Kent
Carlo Pelletttieri

Não é a letra de nenhuma canção em improvável exercício de "name dripping", é a "ficha técnica" da secção de cordas de "This Love Affair" do Want Two. Se não fosse pela Jane Scarpantoni, que reconheci, exacto, "do" Lou Reed, não acreditava que "aquelas" pessoas, com "aqueles" nomes, realmente existissem.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

A Arquitectura Líquida (Sonhos Molhados)

"A arquitectura é líquida, é reactiva, é híbrida, produz energia, é mutante, camuflada, é efémera, evoluciona, cresce, é fractal, é informação e é genética, é estrutura, é portanto Natureza."
Enric Ruiz Geli, Manifiesto Ciudad Relacional, citado e publicado pelos mesmos...

Agora que já resolvi isto, já posso ir dormir descansado...

A Acupuntura em Odemira

Ainda bem que é verdade
Ainda bem que é mentira
A acupunctura em Odemira
Ainda bem que há quem viva
Em Odeceixe
E se peide à vontade
Na Rua Espinha de Peixe
Eu bem sei a Cergal a Super Bock
A volta ao mundo pelo Cabo de S. Roque
Em Abril àguas mil
Ponto final
Ainda bem que é para breve
O festival
Ainda bem que amanhã
É a ciclorama
E o campeonato do mundo no primeiro programa
Ainda bem que apostei no totobola
Todos os dias são santos, Dona Aurora

A Acupuntura em Odemira, Enquanto há força, José Afonso

A Irreversibilidade da Eternidade

"Gostava de demonstrar agora a irreversibilidade da eternidade utilizando uma experiência para a verificação da entropia. Imaginemos uma caixa de areia dividida pela metade, com areia negra num lado e com areia branca do outro. Convidemos uma criança e façamos com que corra cem vezes no sentido dos ponteiros do relógio, até que a areia se misture e comece a ficar cinzenta. Depois façamos com que corra no sentido contrário. O resultado não será a restauração do estado e divisão original, mas um maior grau de cinzento e uma maior aumento da entropia."
Robert Smithson, A Tour of the monuments of Passaic, Art Forum, Dezembro 1967; Citado por Silvestre Castellani no "Texto crítico" relativo à habitação Unifamiliar em Lerns, Girona do Arq. Enric Ruiz Geli, intitulado "Acupunctura Natural", conforme publicado na revista Arquitectura E Vida, N.º 68, Fevereiro 2006

Não percebo. Quem é que corre "cem vezes" de um lado para o outro? É a areia, ou a criança? E porque é que convidam uma criança? Um adulto não serve? É uma forma encapotada de trabalho infantil ou uma forma de poupar na mão-de-obra? E são muito finos para explorarem um estagiário, ou a carne destes já não é suficientemente tenra para o vosso palato? Experiências com gatos, ainda vá que não vá. Agora, as crianças. Deixem as crianças em paz! Eu sei que a judiciária está ocupada a confiscar PC de jornalistas PI (de incorrectos) mas a vossa vez há-de chegar, tarados!

E Agora?

"Ensaio sobre a Cegueira"
Leitura recomendada no Insurgente.

Bartolomeu da Costa Cabral # 2

"Não é a arquitectura que deve ser alegre, são as pessoas."

Bartolomeu da Costa Cabral # 1

Enquanto isso, (das Shortlist e dos projectos nas revistas...) regresso pelas palavras de Bartolomeu da Costa Cabral, a tempos mais saudáveis:

"Os trabalhos são como os filhos, podemos dar-nos melhor com uns ou outros mas gostamos igualmente de todos, porque fazemos tudo com tanto amor. Gostei dos projectos na altura em que os fiz e acho que resultaram bem, sem serem coisas para prémios e para saírem nas revistas."

A (i)modéstia ou "A Força, A Modernidade e o Desenvolvimento Tecnológico"

"Mais que um simples edifício de serviços, propôs-se que a sede da COMURB se apresentasse como um modelo de influência na futura arquitectura da zona Oeste. Essa influência centrar-se-ia não só no forte carácter arquitectónico da proposta mas também no grau de eficiência no que respeita ao consumo de energia do edifício. O edifício-sede da comunidade urbana do Oeste pretendia sublinhar a força, a modernidade e o desenvolvimento tecnológico resultante da união de todos os municípios da região, através de um gesto arquitectónico audacioso e coerente, intrinsecamente ligado à cidade que o acolheria."
Jorge Sousa Santos, Arq. Arquitectura & Construção, Março 2006

Nada? Ninguém se insurge? Uma manifestação espontânea de rua! Um incêndio na sede de uma COMURB! Nada?

Shortlist

Integrar uma.
É melhor que ganhar!
São os tempos que correm...

O Nosso Tripeiro no Algarve

Chamada de atenção e novo Link na coluna da direita, para o Blog do Luís, existo...logoHABITO, "o nosso tripeiro no algarve".
Blog generalista, a postar desde Novembro de 2005 (tal e qual este vosso...) que hoje, em boa hora, se deu a conhecer num comentário lá em baixo.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Spielberg (e os Arquitectos)

"Quando conheci o Akira Kurosawa em Tóquio, fomos a um restaurante às 8 da noite e saímos às 7 da manhã. Foi incrível, mas eu estava à espera de que o Akira partilhasse comigo a magia que me tinha escapado na minha carreira, que me falasse sobre ser poeta e um grande artista. E aquilo que ele estava interessado em falar era sobre quantos "arcs" (projectores de alta intensidade) eram precisos para iluminar o fundo de chuva de modo a aparecer como em "Os Sete Samurais". Portanto, passámos toda a noite a falar de coisas técnicas: como se obtêm essas imagens?"
Única, Expresso, 11 de Fevereiro
E com os arquitectos? É igual. Quando se juntam passam todo o tempo a falar sobre quantos "arcs" eram precisos para iluminar o fundo de chuva de modo a aparecer como em "Os Sete Samurais".

O Segredo de Brokeback Mountain

Módulo Auto Suficiente

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Michele Cannatà e Fátima Fernandes

Certamente que por ter olhado com bastante ligeireza para a obra de MC e FF, sempre julguei, com pouca justificada soberba e arrogância, o seu trabalho como... superficial. "Módulos Auto-Suficientes" paralelipipédicos com arestas boleadas e superfícies vidradas, replicadas no mobiliário fixo "mono-funcional" do interior, em bancadas de cozinha e camas... passaram (ao meu superficial olhar) por exercícios de "design" ao sabor das últimas modas.
Vejo, ao ler a entrevista na A&V de Fevereiro (N.º 68) que não poderia estar mais enganado. Ideias bem explanadas numa linguagem acessível... uma raridade!
Fica um excerto... à vossa consideração:
"Por exemplo, em Inglaterra diminuiu a produção de mobílias de sala de jantar, porque já ninguém as compra. Isto deve-se ao facto de essa refeição ter perdido a sua importância em termos sociais, esse já não é o momento importante da casa. O quotidiano de pôr a mesa, etc., já não existe. (...) Por isso acho difícil ser o arquitecto a determinar a evolução do espaço interior. Nós damos uma resposta ao nosso cliente. O produto da arquitectura é a capacidade de resposta a um cliente, que aprecia o nosso trabalho, porque acha que somos capazes de o fazer bem. Mas, muitas vezes, as propostas são rejeitadas."
Já todos devem de conhecer, mas aqui fica o Link.

Manifesto

"Há, no Ocidente, quem queira conscientemente evitar abordar o essencial. Porque é absolutamente irrelevante se os cartoons são ou não ofensivos, se são ou não ‘despropositados’. Não há aí matéria de discussão. Todos os dias nos deparamos na imprensa com opiniões ofensivas e/ou despropositadas. Por isso é que são opiniões. Por isso é que são publicadas em páginas de jornais. Por isso é que lhes podemos contrapor argumentos sem medo. E é tudo isso que nos enriquece enquanto membros de uma comunidade democrática, com opiniões que são tantas vezes execráveis mas nunca atentatórias da integridade de quem delas discorda."

Link, via Pedro Mexia

The Braganzzzzza Mothers (siga o Link)

Saudades de Lúcia

Conhecia-a nos finais dos Anos 90.

Ela já tinha dado a volta inteligentemente ao voto de silêncio das Carmelitas Descalças: tornara-se numa Carmelita Teclada, e passava noites inteiras, defronte de um "qwert" antiquado. Consta que se correspondia assiduamente com o Papa, e que tratava toda a gente por "tu". No tempo da Carrilha, quando o Terravista se tornou num antro de pornografia e pedofilia, e foi tudo lançado abaixo, ela ainda preparava o seu "site", uma "homepage" cheia de meninos jesus de faiança e de "barbies" vestidas de Senhora.

Cruzámo-nos pela primeira vez nos "chats": eu fazia de Adelaide, uma dominadora, que fumava enquanto escrevia, e com cujo discurso homens de aspecto decente se masturbavam em vãos de escada. Lúcia era mais de se travestir de força militarizada, embora o seu nick favorito fosse "fireman_1907" , e adorasse contar ser um bombeiro de Leiria, com algumas fixações em pés de mulher. Acabei por a identificar pelo tom antiquado do discurso: nunca me perguntava se eu estava húmida, mas, sim, "se a minha boca do corpo já salivava"...Obviamente que lhe respondia que sim.

Durante a Grande Depressão do Cherne, 2002/2004, chegámos a trocar telemóveis, embora eu já soubesse que nunca lhe iria poder ouvir a voz. Liguei-lhe uma só vez, e ouvia-a suspirar baixinho, enquanto, ao fundo, Armstrong cantava a saudosa "What a wonderful world". Nunca tivémos nada de virtual. Por vezes, ela mudava de "nick", mas era inconfundível, ao marcar-me encontros na esquina da "pharmácia" (!), aos quais, obviamente, nenhum dos dois comparecia. Em 2005, começou a aparecer raramente nos chats. Ainda a procurei, em vão, no teletexto, dos "blind dates" da 603, da S.I.C. A princípio, não estranhei a ausência, pensei que tivesse sido internada, como acontece com muitos dos frequentadores desses lugares. Era mentira. Era dia 13 de Fevereiro de 2005, e ela já estava morta.

Ela segurava o Mundo, e as saudades são agora muitas.

Atkinson

"Atkinson disse que numa sociedade livre ninguém tinha o direito de não ser ofendido nas suas convicções."

Actual, Expresso de 11 de Fevereiro

(Re-)Leitura de "As vacas (e as Virgens) Sagradas"

Chinquilho

... chinquilho, não te esqueças do torneio de chinquilho...

domingo, fevereiro 12, 2006

VSBA

Actualização no Site VSBA
(Re-)Ler a "recomendação" na pasta de arquivo de Novembro 2005

sábado, fevereiro 11, 2006

O (infeliz) Cartoon de António

O Cartoon de António (Expresso 11/02/06) com o título, "Contra a censura... afiar lápis!", onde uma "caricatura" da arquitectura "islâmica" que remete para o "templo do amor" do Thajmahal protegido por quatro "lápis-minaretes" erectos e virilmente "afiados", é desenhado a ser cercado e atacado por diversos e patéticos "lápis-canhões" com o "bico" escondido (enfiado no afia...); representa, até por porvir "da pena" do mesmo autor do famoso Cartoon do Papa com o preservativo no nariz, toda a ambiguidade (e impotência) da veemência com que (não) estamos a saber defender a "nossa" liberdade de expressão.
Para desenhar este lamentável Cartoon, que reforça a tese da virginal religião de paz sob a ofensiva dos (ocidentais) "lápis-beligerantes", e que, imagino, terá feito as delícias de "muitos" fundamentalistas... mais valia estar quieto!
Eis a caricatura deste António:
Um "Lápis-Erecto" às riscas verticais com as cores da bandeira da Dinamarca, e com o "Bico-Afiado" sobre o desenho da dita cuja península, desenha, numa folha em branco, o mapa da Europa, sobre a ameaça de uma Cimitarra que o ameaça decepar, mas, que com muito optimismo... apenas o "afia" ainda melhor!
Não haverá quem.

Nuts, Nuts, Nuts!

Nuts II, Nuts III, Nuts IV!

OPA Hostil (Centros de Decisão)

Santa Sé ameaça Fátima.

F***-**, C****** Uma Ideia "Original", ou... (Não Estou Aqui Para Enganar Ninguém)














Pesquiso (por engano) "pintura urbino" no google imagens para ver se encontro a pintura do Baptistério de São João de Brunelleschi , que depois (engano desfeito) sei ser em Florença, para ilustrar uma posta sobre "a pintura fotográfica" da idade clássica, conforme as teses de DH, onde (em "pintura urbino" - que confusão) reencontro (do C&C - o livro) a "Flagelação de Cristo" de Pierro della Francesca, que à falta de melhor penso "servir" os meus propósitos...
Saco (de outra pesquisa) a imagem. É boa, é grande... muito detalhe. Olho para a construção arquitectónica da pintura, estranho umas "vigas" cruzadas sem apoios... sem Pilares. E depois ainda mais, a enigmática proveniência da fonte de luz que ilumina (apenas aquela) parte do "tecto" da construção (sobre a Coluna encimada por uma escultura) onde decorre a "acção" (da flagelação).
É A "LOGGIA" DO CREMATÓRIO DO ASPLUND!!!
Confirmo. Não é possível.
É A "LOGGIA" DO CREMATÓRIO!!!












O ponto de vista que o pintor escolheu para a observação que faríamos da pintura coincide com o ponto de vista de quem caminha em direcção à "Loggia" da "Chapel of the Holy Cross", recortada pelo "impluvium" que ilumina uma escultura (já não sobre uma coluna, mas sobre um plinto) que não sei o que representará, mais uma prece ou uma ascensão, que uma flagelação..., que a Social Democracia Sueca dos anos 40, não se confunde com a corte de Urbino do Sec. XV!
Nova pesquisa, cruzada, para Pierro della Francesca e Asplund, não produz resultados. Será possível. Uma ideia "original"? Já tinha desistido. Não esta tudo (mais que) descoberto. Desmintam-me se puderem!

C&C (Nuno Portas, e Fotografia (d)e Arquitectura)

O Nuno Portas, é "apenas" a pessoa que melhor pensa, fala e escreve sobre arquitectura em Portugal. Ao vivo e em directo (infelizmente foi só por uma vez) é fascinante! Podíamos tentar, é uma proposta, a compilação da bibliografia completa do senhor...

Eu acho que o texto está muito bom, e sim também não conheço o livro, nem penso que seja necessário conhecer para escrever o que foi escrito.
O que também penso é que esta "coabitação" entre arquitectos e fotógrafos não será necessariamente um "cínico" casamento de conveniência.
Eu não seria tão "positivo" da "santa aliança" como o Daniel, nem tão "negativo" como o Lourenço.
A fotografia de arquitectura não terá que ser a "alegoria" da coisa arquitectónica.
São apenas maneiras de ver...O que se pensaria na Renascença da "união de facto" da arquitectura com a pintura "fotográfica"?

Dois comentários abandonados à sua sorte, nas postas de sexta-feira do Lourenço, a terminar a semana em grande forma. A primeira sobre a "construção corrente", mas principalmente sobre Nuno Portas, e a segunda sobre "fotografia (d)e arquitectura" muito a propósito de esta outra posta do Daniel.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Ilhas de Sanidade # 1

"The God, The Country, The God of Country"
Conan O' Brien, Ontem na Sic Comédia

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Desolação (Thomas Cole)

Info-Excluídos ou A Arte da Sobrevivência

"Em Portugal, ao contrário do que por aí se possa pensar, é de péssimo tom, e infinitamente inconveniente, ter ideias. E quanto mais concretas essas ideias forem, maior será o problema. Em Portugal há que ter é ambições e objectivos, ou se quisermos ser mais francos interesses. É só isso que conta. A arte da sobrevivência implica nunca, jamais, haver qualquer tipo de comprometimento com esta ou aquela questão, em concreto. O que interessa sempre são os grandes princípios, as grandes linhas. Em tese isto até não seria mau, mas é. Porque por incompetência, ignorância ou cobardia, e é só escolher, os decisores políticos desde há muito que se demitiram de serem eles verdadeiramente a tomar as decisões. São tudo questões técnicas (...) O drama desta tecnocracia de fachada é que serão poucas ou mesmo nenhumas as questões realmente complexas que não possam ser decompostas em questões simples e de fácil compreensão, e serão ainda menos as questões tão 'elevadas' que necessitem da principesca e generosamente paga assessoria de sociedades de advogados e grandes consultoras ao estado. Sendo poucas ou nenhumas, só são usadas, quer para fazer escorrer dinheiro para 'fora', quer porque tendo nós governantes que na prática são analfabetos funcionais estes não percebem nada de nada. E não falo das grandes questões 'técnicas', falo da mais elementar cultura geral..."

Manuel na GLQL

DJ set

They're winning - The Walkman
I Surrender - Suicide
Insensatez - Tom Jobim

IAP Séc. XX

Está a chegar... antevisão por Valdemar Cruz na mesma revista.

Prece

Que Deus nos livre da solidariedade...

Keil Amaral (Francisco Pires)

Mais um excelente artigo na série "casas com gente dentro" no N. 35 da Arquitectura & Construção, sobre, digamos, a "riqueza" e a "diversidade" do nosso "parque" habitacional...
Termina assim:
"Que saudades, senhores! Que campo para múltiplas investigações! Que fonte de inspiração para mestrados, doutoramentos ou outros graus universitários!
Que riqueza de legislação já se fez e continua a fazer-se, para regulamentar esta problemática!"
E que saudades das croniquetas...

Rafael (São Jorge Matando o dragão)

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Zeca de Pantufas? (Forma e Conteúdo)

Ao recensear crítica e positivamente o último trabalho de Vitorino (e a "obra" musical de outros "companheiros"...) escreve o José na GLQL: "Esqueça a ideologia e os recados políticos e ouça..." sugerindo(-me) que o apreço pela obra de certos autores não deverá implicar qualquer "adesão" à sua "mensagem"... à sua "ideologia"...
A minha questão é, se será possível separar a forma do conteúdo? É possível apreciar as qualidades estéticas da obra de Zeca Afonso, "esquecendo" ou "ignorando" o "conteúdo", e não apenas os conteúdos explícitos das letras, mas também outros (como os musicais) cuja "leitura", efectuada em resultado da fruição estética seja "apenas" "plausível" e/ou "induzida".
Porque as letras das músicas, serão a esse propósito, repito-me, "explicitas", mas, por exemplo, a utilização de formas "populares" da música tradicional portuguesa (como na "chula da póvoa" que José cita, e que nem sequer é música da minha particular estima) será inseparável do compromisso ideológico do artista com a mensagem que quis transmitir?
A este (des)propósito, e para - espero - tornar mais clara a minha opinião sobre esta questão recordei-me de uma lição que julgo ter aprendido com a leitura do livro "Estética da Arquitectura" de Roger Scruton, Edições 70.
Sobre a pintura, São Jorge de Rafael, escreve esse autor:
"Aqui alguém pode reclamar que se podia obter uma compreensão, pelo menos parcial, da pintura estudando-a como uma peça de arte abstracta. Podem compreender-se, dirá, a composição da pintura, o equilibrio de tensões entre linhas ascendentes e descendentes, a sequência de planos espaciais, etc., e em nenhuma destas coisas se tem consciência do assunto. Mas essa resposta é totalmente disparatada. Pois parece sugerir que essas importantes qualidades estéticas do quadro de rafael - composição, equilíbrio e ritmo espacial - são completamentes independentes da representação e isso não é assim. Por exemplo, só percebemos o equilibrio entre o impulso ascendente das pernas traseiras do cavalo e a lança porque vemos as duas linhas ocupadas com as forças das coisas pintadas - com os músculos do cavalo e a pressão descendente da lança do cavaleiro. Se se puser de parte a representação, o equilíbrio também se dissolve. E o mesmo se passa com a composição. (...) Nada aqui é compreensível sem a representação ser entendida."
Peço desculpa pela longa citação, mas o que eu creio ser aqui mais importante, para o ponto que desejo "marcar", é que na obra de certos artistas a "plena" apreciação da forma, não é independente da compreensão do tema, ou para manter a mesma terminologia, do conteúdo. Forma e Conteúdo, reforçam-se mutuamente, e é dessa interdependência, desse reforço que as obras extraem a sua maior força. O "corridinho" no "viva o poder popular", a música tradicional alentejana no Grândola, etc, serão exemplos... imediatos, mas para outras, para quase todas, seria possível prolongar o paralelismo.
Veja-se (ouça-se) o "estilo declamatório" de "arcebispíada"...
Em conclusão, é certamente possível apreciar (formalmente) a obra de certos autores "comprometidos" com certas causas, sem partilhar dos seus pontos de vista sobres essas mesmas causas, mas não é possível apreciar "correctamente" o significado ou o sentido de uma obra de arte na sua "totalidade", que é também a causa da sua riqueza e do seu valor artístico, sem procurar "interiorizar" na experiência da sua fruição a sua "ideologia".
Zeca de Pantufas?

uh-oh

Manifestação de Solidariedade

COMUNICADO - CONVITE

Na próxima 5ª feira, 9 de Fevereiro, pelas 15 horas, um grupo de cidadãos portugueses irá manifestar a sua solidariedade para com os cidadãos dinamarqueses (cartoonistas e não-cartoonistas), na Embaixada da Dinamarca, na Rua Castilho nº 14, em Lisboa.

Convidamos desde já todos os concidadãos a participarem neste acto cívico em nome de uma pedra basilar da nossa existência: a liberdade de expressão.

Não nos move ódio ou ressentimento contra nenhuma religião ou causa. Mas não podemos aceitar que o medo domine a agenda do século XXI.

Cidadãos livres, de um país livre que integra uma comunidade de Estados livres chamada União Europeia, publicaram num jornal privado desenhos cómicos.

Não discutimos o direito de alguém a considerar esses desenhos de mau gosto. Não discutimos o direito de alguém a sentir-se ofendido. Mas consideramos inaceitável que um suposto ofendido se permita ameaçar, agredir e atentar contra a integridade física e o bom nome de quem apenas o ofendeu com palavras e desenhos num meio de comunicação livre.

Não esqueçamos que a sátira – os romanos diziam mesmo "Satura quidem tota nostra est" – é um género particularmente querido a mais de dois milénios de cultura europeia, e que todas as ditaduras começam sempre por censurar os livros "de gosto duvidoso", "má moral", "blasfemos", "ofensivos à moral e aos bons costumes".

Apelamos ainda ao governo da república portuguesa para que se solidarize com um país europeu que partilha connosco um projecto de união que, a par do progresso económico, pretende assegurar aos seus membros, Estados e Cidadãos, a liberdade de expressão e os valores democráticos a que sentimos ter direito.

Pela liberdade de expressão, nos subscrevemos

Rui ZinK

Manuel João Ramos

Luísa Jacobetty

Via O insurgente

Etnocentrismo

Eu: desenho
Tu: matas

terça-feira, fevereiro 07, 2006

"E não se pode pinta-la?"

Ex.mo Sr. Director do EdG

No numero de dezembro do jornal que vossa excelência edita e dirige, foi publicado na coluna de opinião “Blocos de Notas” do Sr. (...) um artigo com o titulo “E não se pode pinta-la?”, em parte relacionado com a Escola Pré-Primária de ÁD.
Afirma o Sr. (...), que a Escola Pré-Primária destoa do “tom bucólico da paisagem” com “casinhas brancas de barra azul” da “bonita” aldeia, irrompendo como um “inesperado paralelepípedo" (analisar segundo Freud), "pintado das cores mais imprevistas" (o que se supõe mau), "combinando-se de forma berrante" (como calar a cor, e acabar com as combinações?)”, “filho adoptivo" (eu teria preferido filho bastardo) das “torres das Amoreiras" (das de Lisboa, claro); e como um “apêndice” (de maus fígados) “transporto” ou “perdido” (em que ficamos?) na “planície alentejana”. Termina, não sem antes referir as “excelentes condições” de funcionamento da escola, com a pergunta que fez titulo.
A opinião não “destoa” da paisagem dos bonitos comentários azuis, produzidos na mini-polemica velha de mais de um ano (com direito a entrevista na R.C.G., e tudo!), pelo que original só mesmo o momento que o Sr. (...) escolheu para a expressar. Enfim, talvez só agora por lá tenha passado, ou talvez tenha estado a matutar na matéria.
Concentra-se na critica ao “inesperado” e à diferença (que assalta “o desprevenido viajante”), tudo coisas perigosas (inclusive para a segurança rodoviária), como se sabe!
Que a “planície alentejana” aguente (como diria o Arq. Tomás Taveira) este regabofe cromático, oferecendo-se em sacrifício à transparência da luz e à inclemência do sol, aos campos lavrados, ao (não muito distante) escuro perfil da serra, ou à subida da maré que vêm com as meninas da ribeira do Sado; ou que a arquitectura contemporânea construída por estas bandas, possa incorporar outras cores, oriundas da bacia mediterrânea e recebidas em herança, eis o que custa a imaginar!
Refiram-se a este propósito as investigações oitocentistas de Henri Labrouste sobre a cor na arquitectura clássica, as experiências modernas de Le Corbusier em Pessac, a sensibilidade (para a cor) de Luis Barragan, ou alguma da arquitectura popular estranha à codificação estética da burguesia.
E é tanta a estranheza, que nem se repara nas casas de ÁD pintadas das mais diversas cores, na semelhança com a “rectangularidade” dos tradicionais (e vizinhos) montes alentejanos, mais do que com as pitorescas e volumetricamente articuladas vivendas derramadas (mas brancas e de barra azul); ou se perde tempo a reflectir sobre as razões para a escolha de cada uma das cores (e eu também não digo!).
Pois é. Pensar dá trabalho. Melhor é repetir a paisagem dos nossos lugares-comuns.
E quanto à pergunta? Não fica sem resposta! Pode sempre agarrar-se a um pincel...

Com os melhores cumprimentos

Barras de Cor















JIAD





Diplomacia Portuguesa







Todos os Olhos, Tom Zé

... ou "quem têm cu têm medo", e não é por ter um buraco diplomático que o dito deixa de ser merdoso...

Diogo (Abre o Cu Que Lá Vai Fogo)

Vale a pena postar, para manifestar a minha concordância com tudo o que VPV escreve sobre as lamentáveis declarações do "nosso" (des)governo e do Diogo?
Sempre se evitava uma réplica vulgar...

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Ave Rara (Elizabeth)

Ontem, a caminho dos movies, para ver o Mr. Darcy... a coisa mais extraordinária.
Uma Ave no meio do alcatrão, em "zona" de prostituição. Magnifica. Maior que uma perdiz, quase um pavão, mas sem penas (uma patroa pavoa?), apenas uma crista colorida (dizem-me que poderia ser um faisão...) seja!
O trânsito abrandou, dois carros pararam, e de dentro saíram, os mais "feios" (ignóbeis) dos homens. Barretes na cabeça, cigarros nos lábios. Correram para a Ave, pelo meio do tráfego, com uma cobiça... com inveja da sua beleza?
E mais não sei, que o caminho era em frente. Terá sido apanhada? Ou será que "morreu na contra-mão atrapalhando o público"?
Não esqueço a imagem da Ave. A sua dignidade... grace under pressure...
E os homens?

Site Meter

O que é que eu estarei a fazer de errado...

domingo, fevereiro 05, 2006

"Islamofobia" na Escandinávia

"There are places like Bergsjon ringing the major cities across Sweden. They are all terra incognita to the vast majority of native Swedes. It would be wrong to overdraw the picture. Svensson, who has been working in Bergsjon for 25 years, says she has never been attacked or felt insecure there. The public spaces are clean, and the apartments are large. In the wake of last fall's riots in France, journalists from France and Germany visited Sweden's public housing, and some hailed it as a model to be imitated. But clearly, various experiments close to the heart of Swedish democracy and Swedish socialism have gone wrong."
Leitura recomendada, via Archinect.

Freedom go to Hell













(Manifestação em Londres)
Deve de ser a isto que agora se chama de islamofobia...
Via o insurgente