quarta-feira, janeiro 25, 2006

Venturi / H&dM

Em From Our House to Our House, Tom Wolfe, relaciona o Hufeisen Siedlung (Berlin 1926) de Bruno Taut com a Guild House (Philadelphia 1963) de Robert Venturi, com a "maldosa" legenda: "It took us thirty-seven years to get this far". Sobre os equívocos desta "equiparação" não tenho mais nada a dizer, que não seja recomendar a leitura do ponto 2 de "The Challenge of the Statues Quo, 5 Points on the Architecture of VRSB", de Stanislaus von Moos (Venturi, Rauch & Scott Brown, Buildings and Projects, 1987, Rizzoli).

















Do mesmo modo, mas, espero eu, sem equívocos, proporia a comparação entre o Isi Building (Philadelphia 1978) de Robert Venturi, e a Biblioteca Universitária (Eberswalde 94-99) de Herzog & de Meuron, com a (igualmente maldosa) seguinte legenda: "It took avant-chic euro-architects, 20 years to get... nowhere!"




































O "Isi" é uma das primeiras "manifestações" da Teoria da Decorated Shed, conforme "anunciado" no Learning From Las Vegas. A Biblioteca de Eberswalde, é, à falta de melhor opinião, uma obra representativa não só da produção dos seus autores como de toda a arquitectura "ocidental" que investe (pouco, diria eu) em "caixas decoradas" e onde a caracterização (maquilhagem?) da "pele" assume o "papel principal".
Ao contrário da obra de Venturi, onde a "decoração" é reservada por motivos económicos (mas no âmbito de uma teoria da Complexidade e Contradição, também por motivos "conceptuais"...) à fachada principal (e onde os azulejos, intercalam com faixas horizontais de janelas "Corbusianas"...), a obra de H&dM, propõe uma decoração homogénea, que cobre todos os alçados (e todos os materiais, sejam vidro ou betão) independentemente da hierarquização das fachadas (que se pretende negar à "maneira moderna") ou da sua relação com o(s) contexto(s) à(s) escala(s) múltipla(s) do "lote" e da cidade/território.
Para Venturi a teoria da Decorated Shed, parece ser mais um passo "para uma arquitectura" de "resposta múltipla" às complexidades da Arquitectura Funcionalista Moderna do seu/nosso tempo, que "origina" (como consequência - e não como expressão/desejo - da "resposta" que a forma "encontra" na função) objectos... "impuros".
Para H&dM, as premissas da mesma teoria, encobrem o vazio de uma arquitectura com medo (?) de originar coisa alguma!

Na pesquisa de imagens da obra de H&dM para ilustrar esta "posta" deparei com este site, onde se procede a uma analise comparativa das mesmas obras. Permito-me no entanto discordar, não, como é obvio, da comparação, mas das conclusões a que chega o seu autor. Principalmente da ideia (um pouco peregrina, mas não original, pois é uma opinião recorrente) de que a obra de outros, possa expressar melhor as ideias de Complexidade e Contradição de Venturi do que a obra do autor das mesmas. O projecto de Venturi aceita a complexidade, a necessidade de uma resposta multifacetada, o que implica aceitar a aparente "incoerência" do mesmo. Eu diria que H&dM, projectam, na tradição da cultura clássica da arquitectura europeia que pressupõe a existência de um projecto global... "coerente".
Venturi trabalha a complexidade explorando as contradições da sociedade capitalista norte-americana. H&dM, trabalham as contradições (o impasse) da cultura arquitectónica contemporânea, explorando a complexidade (ou as hesitações?) das sociedades (social)democratas europeias.
Sei lá eu. Que isto, como escrevia uma senhora à poucos dias: "a arte é uma coisa muito simples, gosta-se ou não". E que eu gosto mais do Venturi, lá isso gosto! Mas que penso que as lições do projecto "fragmentado" de Venturi, ainda não foram correcta e suficientemente "incorporadas" deste lado do atlântico, lá isso penso!

11 Comments:

Anonymous Anónimo said...

1ºcomentário: receio bem que para além de não terem sido correctamente incorporadas não o serão jamais, em virtude do desvirtuamento e pesquisa do debate contemporâneo.

12:02 da tarde  
Blogger AM said...

obrigado pelo comentário
um abraço

7:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Concordo inteiramente contigo (am)!
Parece-me forçadíssima a aproximação entre Venturi e a Livraria Ebberswalde dos H&dM...
O q os H&dM propõem não passa de uma boa reinterpretação de arquitectura local e tradicional (as fachadas decoradas da região Grison na Suíça)...

Ver 'Ebberswalde Library, Herzog & de Meuron' de Gerhard Mach e Valeria Liebermann; Edição da Architectural Association de 2000

8:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ai os Herzog, ai os Herzog...Valha-m o santo Ambrósio...valha-m o santo Ambrósio...

8:14 da tarde  
Blogger AM said...

caro tpnm, obrigado pela dica. pode ver também a foto de um "Swiss Chalet with sgraffito" no "architecture as signs and systems, for a mannerist time" do Bob e da Denise

9:59 da tarde  
Anonymous Skizo said...

É um belo patchwork a obra do Venturi. Gostei. Tenho que voltar a frequentar o ODP para a olhar para o Venturi

Um abraço

10:13 da manhã  
Blogger Unknown said...

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